O poeta está morto

Ele quebrou o próprio braço para cessar o que sentia

O reflexo de suas dores nas manchas negras de papel

Ele não mais recorrerá à sombra para transpor seus versos denovo

Pois agora ele está morto, caído sobre o ponto final

No lago congelado do cisne negro, ele brilha pálido e eterno

Como uma estátua cinza de cristal

Não há nada agora, além da lua e das águias

que sobrevoam seu túmulo abissal

Lá se vai seu corpo, lá se vão seus poemas

Permanece a tristeza congelada com o mal

Sorte negra da salvação

A sua última oração

Espíritos, salvem-me da reverberação dos sentimentos

Arrastem-me para a sombra, meu último requiem

Espíritos, bebam minha dor, respondam meu clamor, que em vida busquei desesperado

Ao fechar os olhos poderei descobrir o grande mistério da vida?

Por longos milênios eu tenho esperado.

Glaucio Viana
Enviado por Glaucio Viana em 09/06/2009
Reeditado em 09/06/2009
Código do texto: T1640895
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