A mentira
Esta corrupta verdade
Desintegra-me ao ver-la
Sufoca-me na vontade falar
Afoga-me na vontade de calar
Eu em ti nada quero despertar
Nada mais simples que o desespero em tese
O centro do mundo se resume na infância
Nada mais sentido que um estupro a personalidade
Do que um espancamento paulatino às idéias
O disfarce é como secreções imersas
As sensações distraem, desintegram o ser.
Aquele que já não é nada mais do que uma mera carcaça ambulante
Ao olhar desnudo ver-se até os ossos
Alguns no mundo usam raio-x nos olhos
Outros aderem aos tampões
O ar agora, amargo e sombrio.
Esbarra nas vozes que nos confundem
A órbita brigou com o tempo
O tempo não gostou e falou mal do som.
Temos sobre a cabeça o céu
Que inspira em todos os seres a vontade da mentira
Um céu que nos abriga a corromper nossos desejos
O silêncio se deu depois dos gemidos
A razão já nem mais existe
Platão morreu de tanto comer num certo “banquete”
Explodiu-se uma bomba atômica na forma de pensar do mundo
Eu queria em certos momentos me saciar da surdes
O inferno vazio é melhor que o céu transbordando
A dor é mais voluptuosa que um pequeno e medíocre prazer
A verdade já não mais existe!