TIC-TAC

Perco o ritmo das horas

marcadas.

O tic-tac me deixa

invertida.

Corre o mundo no tempo,

avançado.

Deslize de um canto

fechado.

Trocamos os lados, viramos,

descompassados.

O tic-tac me confunde,

ilude.

Sei de horas na esfera

silenciosa.

Colhemos momentos, compassos,

eternamente.

O feixe de luz irradia,

partida.

Logo vejo um milhão de estrelas

extasiadas.

O tic-tac me alucina,

fico sem marcador.

Polvilhadas estão as esquinas,

de gente.

A corrente do relógio cessa,

travamento.

Esqueço que estamos juntos,

fingimento.

Paramos a hora no acostamento,

velada.

São Paulo, 30 de junho de 2009.

* Tic-tac é usado com licença poética.

Marcela de Baumont
Enviado por Marcela de Baumont em 01/07/2009
Código do texto: T1676520
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