Abstração
A casa fronteira onde tu moras tem um jardim
Onde as flores estão sempre ausentes;
As flores ausentes deixam a cor dos tempos e dos velhos relicários ...
Mas como eu gosto desse jardim!
Como eu gosto desse jardim,
Que lembra velhas casas mal-assombradas e de portas rangentes.
A chuva tenta deixá-lo inda mais triste,
E o vento inquieta suas folhas desconsoladas.
A casa fronteira onde tu moras tem um jardim,
Que tuas mãos tentam abstratamente reviver,
Principalmente quando tu falas em termos de futuro,
Presente e passado;
A casa fronteira onde tu moras tem um jardim,
Que te espera pacientemente preparar
O cenário de mil fotos coloridas e cheias de sol!
No outono, o jardim da casa fronteira onde tu moras se despedaça
E ironicamente se cobre de cinzas!