Abstração

A casa fronteira onde tu moras tem um jardim

Onde as flores estão sempre ausentes;

As flores ausentes deixam a cor dos tempos e dos velhos relicários ...

Mas como eu gosto desse jardim!

Como eu gosto desse jardim,

Que lembra velhas casas mal-assombradas e de portas rangentes.

A chuva tenta deixá-lo inda mais triste,

E o vento inquieta suas folhas desconsoladas.

A casa fronteira onde tu moras tem um jardim,

Que tuas mãos tentam abstratamente reviver,

Principalmente quando tu falas em termos de futuro,

Presente e passado;

A casa fronteira onde tu moras tem um jardim,

Que te espera pacientemente preparar

O cenário de mil fotos coloridas e cheias de sol!

No outono, o jardim da casa fronteira onde tu moras se despedaça

E ironicamente se cobre de cinzas!

Abrantes Junior
Enviado por Abrantes Junior em 06/07/2009
Código do texto: T1685664
Classificação de conteúdo: seguro