Parábola

Toco tuas mãos tão frias,

Não consigo identificar a razão;

Sinto teu peito acelerado e os lábios trêmulos

Como se tivessem acabado de provar dúzias de carambolas;

Teus olhos enigmáticos, mas, firmes como o aço,

Olham, e meditas sobre o paradoxo;

Noto um ralo suor que tresanda a jasmim da noite,

Talvez, das manhãs e das tardes;

Figura que uso algumas vezes,

Para falar dos aromas que me cativam;

Tua face é muito branca, simplesmente, porque é muito branca;

Teus cabelos são discretamente desalinhados,

Como se contivessem um convite explícito para o amor;

Eu mesmo acho estranha esta parábola,

Com advérbios de modo e subjuntivos!

Abrantes Junior
Enviado por Abrantes Junior em 12/07/2009
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