Falanges e Mentes
As minhas falanges escravizam,
Com o tempo, faíscas de porcelana
Que amadurecem entre os espelhos.
Lágrimas desmentidas me sobressaltam.
E as borboletas azuis não estão aqui
A enfeitar paredes nem bandejas.
Um clarim atravessa o ritmo
Com seu som que solfeja em minha mente.
As baionetas permanecem recolhidas.
Não mais veremos estilhaços de bordões
Pululando entre os destroços.
A faca, a adaga, o punhal escondidos.
Cambaleiam partículas etéreas de um vulcão
Como cinza representativa, como algodão.
E as minhas falanges não mais conseguem
Suportar o ardor de uma maldade.
Fico petrificada, agonizo, e carrego comigo
Velhos laçarotes de cetim gravados em minha memória.
São Paulo, 8 de julho de 2009.