A borboleta

Havia uma vontade, um desejo.

Um estrondo entre o espaço e o tempo

Eu estava parado e rodando ao mesmo instante

Eu queria chorar, mas minhas lagrimas secaram.

Eu queria sentir, mas meu coração era pálido.

Sentimentos contrários me afagavam

Aconchego, amor e ilusão.

Eu ficava no meio, no meio que não transbordava.

Entre a cruz e a espada, eu escolhia o escudo.

Proteger-me não era o objetivo

Eu apenas não sabia escolher...

Cantarolava, dançava e brincava.

Por dentro estava apodrecido

“Não escondam minha máscara”

Não quero transparecer o que sou...

Sou louco, vago, estranho, insensato.

Não falo o que penso e fico aprisionado

Não sinto o que quero e fico magoado

Não faço o que quero e fico aleijado

Vi o bater das asas, simples, fácil.

Enquanto eu? Estava parado

Ela entrou em minha boca

E o seu fim dentro de mim se enfeitou

Ton Dourado
Enviado por Ton Dourado em 15/06/2006
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