Aquela velha rua
O resto do cigarro está no chão
Junto com os restos do coração e da visão
Aglomerando-se com nossas sujeiras interiores
Deteriorando os pensamentos
Vejo grandes aflições
Em carne, osso e desilusão.
Rastejando pela rua
A mesma rua que as prostitutas vedem suas almas
A mesma rua que os ébrios caem
A mesma rua que os drogados morrem de overdose
A mesma rua que os executivos passam
E os mendigos pedem esmola
E as senhoras desfilam com seus cachorros
A mesma rua que deveria ter como nome desigualdade
Em momentos de erupção
Jorro, esbaldo, fracasso.
Ao pensar em mudança
Desce com os rios a esperança
Mas ela volta...
Fraca e inválida
Na mesma rua onde os cachorros defecam
E os amaldiçoados (por quem?) dormem.
Em certas noites, acordo desvairado.
Uma marretada acerta-me a cabeça
Não é nada apenas uma ilusão
A realidade está lá fora
Não há por que ter medo
É bem quente aqui dentro
Não há por que ter medo
Não estou naquela mesma rua...
Mas poderia estar