VINTE MUROS

Foram erguidos vinte muros entre nós.

Nós que pensávamos que estávamos atados por fortes nós.

Vinte muros.

Vinte anátemas.

Vinte preces.

Faço oração em minha solidão.

Faço o céu se fundir ao chão. Busco no sagrado, no verde prado...

Busco o perdão do passado.

Hoje me vejo num cais...

Numa terra de nunca mais.

Nunca mais de nós.

Nunca mais estaremos sós a entender dos dós.

Dos desatados nós...

Vinte muros erguidos à força de vinte mulas.

À força de vinte chulas.

Nunca mais nós...

Vinte muros a se estender aos sóis.

SONIA DELSIN
Enviado por SONIA DELSIN em 30/08/2009
Reeditado em 16/04/2011
Código do texto: T1782863
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