As pernas

Eis a calamidade de minhas pernas

Que não voa nem anda mais

Quem é que te levas pernas?

Se não eu, teu dono?

Tu queres contra eu reagir?

Vós sois grandes, mas sou que te mando.

Tu és minha serva, e não obedece ao meu comando?

O que foi que vós vistes pernas?

Ou sou eu que não tenho mais cérebro pra te dominar

E é assim perna? Eu saio e vem outro em meu lugar?

E ai tu vais a me carregar pra onde outro te manda?

O que sou eu que mais de uma caraça?

A arte é o caos, mas não precisas me matar.

Oh pernas volta pra mim...

Vem que eu te quero, caminhemos contra o céu.

Com nossa singela ligação

Prometo que esqueço que tenho coração

Se tu me levar em consideração

Tenho eu só vocês duas

Não posso transplantar

Mas não queira e nem faça perna

Eu me magoar

Eu só queria que não levassem minhas pernas

Para eu poder andar...

Ton Dourado
Enviado por Ton Dourado em 20/06/2006
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