Vertigem

Um riacho nos une, nos ata.

intangível perfume, tantos nós.

Correntezas, certezas, cascatas,

Cachoeiras, marés, sua foz.

Um ruído gemido se escuta.

Por querer explorar sua gruta.

Por querer conhecer suas matas

por querer escutar sua voz.

Em seus lábios, vulgares batons

de sabores estranhos, tão bons.

Tem cabelos revoltos e soltos,

E seus olhos são foscos faróis.

Sua mão, eu seguro, não largo,

porque bebo os temperos amargos

dos venenos mais tenros que causam

um final fulminante e veloz.

Se sou eu, ou você, tanto faz,

uma tóxica náusea , vertigem...

Somos nós sem origem nem fim

Fomos dois animais sempre sós.