Supernova Enlouquecida

Uma Supernova, desgarrada de seus pares, dilacerando-se em estonteante orgasmo,

Desequilibra a univérsica paz, rompe, trôpega e atabalhoadamente, o trêmulo armistício,

Estabelecido a duras penas, entre o pecado e o penitente, entre o louco e o hospício,

Gerando insensatamente, incontáveis multidões de sóis em seus múltiplos, desvairados espasmos.

Filhos de tal engendramento, sóis coloridos a reinar em retinas buliçosas de indecisa menina, entretida em pensar desconexo,

A vaguear, planeta perdido, na Via Láctea dos sonhos de um alucinado poeta, dos deuses, à revelia, feito desastrado estafeta,

Espargindo na Terra cósmicas miragens, surrupiadas em lunáticas paragens, galopando a cauda fugidia de um cometa

Incerto em seu hebdomadário trajeto, colocando à prova, cometa, menina, poeta e Supernova, a mostrar que nem sempre é certo...

...que a via adequada a ligar dois pontos será sempre um caminho reto.

Nossa mente racional não consegue lidar com o Incriado, visto que foge totalmente a nossa apreensão lógica, nos interrogar sobre o que havia antes de nosso próprio existir. Como para mim não servem os velhos modelos apresentados, deixo a minha mente viajar pelo cosmo infinito e assistir o magnífico espetáculo da explosão de uma Supernova.

Vale do Paraíba, madrugada da primeira Terça-Feira de Julho de 2009

João Bosco (aprendiz de poeta)

Publicado no Recanto das Letras em 17/09/2009

Código de texto T1814716