DO ESBOÇO À REALIDADE

Num quadro a lápis desenhado, de

traço leve, tão leve a figura de um

homem amargurado.

Parece preocupado com a vida

e de cotovelos poisados, sobre a mesa,

leva as suas mãos bem atrás do pescoço,

como que para segurá-lo e à cabeça que

teima em pender para a frente.

No entanto num rosto bem delineado

seus olhos fechados parecem ir buscar

algo mais além, não mostrando

esforço ou má vontade, como reforçam

as pálpebras bem vivas e atentas ao

menor dos ruídos.

Sua boca mostra uns lábios finos e

concentrados, ante o pensamento que

lhe vai na alma.

Até que, o homem, a lápis desenhado,

leve, levemente ganha vida

e sai da tela homem como nós: o que

um pouco de reflexão fez do insustentável,

rosas brancas em cada uma de suas mãos.

Jorge Humberto

16/09/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 17/09/2009
Código do texto: T1815508
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