Sete Portais de Jade
Sete Portais de Jade
Quisera ainda ter mais portões em minha cabeça,
Para que por eles entrasse, majestosa, a tua presença,
Que insiste, insidiosa, judia...
É arquetípica ausência.
Um par de olhos famintos a te procurar,
Como faróis perdidos em renegada ilha,
A orientar teu navio para o porto dos meus sonhos.
-É ela quem fala!
Dizem os meus ouvidos.
Minha boca se cala.
É a vez das narinas
O mais sutil dos sentidos.
Elas pressentem, mais do que sentem,
Teu corpo, num farejar perdigueiro.
A embriagar-se, naufragam no tempestuoso mar de teu cheiro.
(Todos os portões de minha cabeça, que são poucos – que loucos! Abrem-se em festa para te receber.)
Vale do Paraíba, manhã de Domingo, Dezembro de 2008
João Bosco