Sete Portais de Jade

Sete Portais de Jade

Quisera ainda ter mais portões em minha cabeça,

Para que por eles entrasse, majestosa, a tua presença,

Que insiste, insidiosa, judia...

É arquetípica ausência.

Um par de olhos famintos a te procurar,

Como faróis perdidos em renegada ilha,

A orientar teu navio para o porto dos meus sonhos.

-É ela quem fala!

Dizem os meus ouvidos.

Minha boca se cala.

É a vez das narinas

O mais sutil dos sentidos.

Elas pressentem, mais do que sentem,

Teu corpo, num farejar perdigueiro.

A embriagar-se, naufragam no tempestuoso mar de teu cheiro.

(Todos os portões de minha cabeça, que são poucos – que loucos! Abrem-se em festa para te receber.)

Vale do Paraíba, manhã de Domingo, Dezembro de 2008

João Bosco

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 20/09/2009
Reeditado em 19/10/2018
Código do texto: T1820675
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