MOVIMENTOS


Movimentuns...    Movimentuns...

Move momentos
incessantemente
os movimentos
dos ventos.
Em movimentos,
move-se o detento.
Se há ventos,
movem-se
movimentos.

Cambaleantes e precisos,
imponentes e narcisos
move-se, se preciso for,
fagulhas ao ar - migalhas de isopor!

Nossos momentos
transpõem-se,
silenciosos,
transparentes
transoceanicamente,
inter e intra
continentes.

Movimento,
é Levar a vida
irregularmente,
libertar da morte
o fruto e a semente,
soltar o elo da corrente,
transparente,
transfigurar a sorte,
escalar montanhas no pólo norte,
incessantemente.

Movimentos movimentam-se
em ventanias galopantes.
A heresia da morte é o resumo da vida!
Na grandeza humana,
reinventam-se:
movimentos retumbantes,
feito rebanhos harmoniosamente errantes.

No alto do pasto
o boi arredio
ascende o pavio
da sombra e do rastro.

Movimentos da liberdade,
movem a força motriz,
que dilui a vida,
que gera o feto,
pai, mãe, avô e neto,
o gérmen e a ferida
extraem-se, absolutos!

Movimentam-se
na essência da entrada
e no elixir da saída.

A ventania varre
filarmonicamente
o conteúdo da orquestra
e o pior de tudo,
sua ação,
SINTAXE DESAFINADA,
instantaneamente,
destrói o tesão,
maestro e música,
DESORGANIZADA,
e o desarranjo em movimento das almas humanas.

A vida e a morte
raspam-se por um triz,
nascem do contrário,
revelam-se segredos de atriz,
ascendem velas no santuário,
o avesso da sorte!

Cantam às almas perdidas
canções-escrutínio,
escolhem-se tudo ou nada,
culpam-se pelo destino,
espumas perfeitas,
relembram-me tempos de menino.

Feito inocente, criança,
arranco-me marcas, tatuagem futurista,
movimento imaginário.
Rabiscos vôo de abelhas, eu mesmo os fiz
marcadas folhas de papel:
_ movimentos e riscos de giz!

by wildon                                                        
26/06/2006