Desgosto

A inspiração se intensificou

O modo de escrever mudou

A sátira já se tornou normal

Não quero, não mais, nem tudo nem nada.

Nem direita, nem esquerda.

E sim o centro

Não quero ficar desalento, muito menos no relento.

Assim dizia o vento

Que tanto ver e tanto viaja

Andando ou correndo como o vento

Chorando ou morrendo como o tempo

A pele dilacerando

O vento me abatendo

O cérebro excomungado

No furacão das articulações

A insônia é minha opção

O momento de isolação

Calculo, lógica e imaginação.

Juntaram-se e se transformaram

Em vértebras alineóticas

O terceiro olho foi criado

As pessoas tiveram medo

Daquilo que chamam conhecimento

Preferiram optar pela combustão do sofrimento

Que morram com seus desgostos

Que mais parecem fezes no esgoto

E desculpem-me pelos esporros

Cada um tem seu jeito e seu gosto

Ton Dourado
Enviado por Ton Dourado em 29/06/2006
Código do texto: T184288