Querido cataclisma

Que dizer da pluma que vôa,
entre vãs primaveras nuas,
sem poesia tudo é a toa,
sem tempo, sem vento, sem luas!

Neblinas sem vestes são estas,
todas cinzas lembranças viajantes,
plumas brancas vistas das frestas,
em primaveras final-pulsantes!

É a aquarela do anticristo,
buscada incessante pelo homem,
e o sulfur do óleo de xisto,
faz a vida, deste meio lobisomen!

Sente saudade do velho sal,
e só o carbono sua lingua tem,
e alí olhando seu antigo quintal,
do inverno eterno, é refém!

xx eas xx

Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 14/10/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1866253
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