O sumiço da lua.

Pequenos traços versejando o céu

Amontoando olhares traquinados,

Que ali, procuram encantados,

Onde foi que a lua se escondeu.

De verso em risco a estrela cai.

Quem percebeu, pediu pela ventura,

Do fim prolongado da tal procura,

Que da alma, toda paciência esvai.

E o olhar volveu ao grande infinito,

Agora que a sorte já se definiu.

O olhar que creu, extasiado viu,

Dos grandes espetáculos, o mais bonito.

Surgindo, no pedestal do universo,

Em cinza-prateado esfuziante,

A bela lua, feito uma pedra de brilhante,

Voltava a iluminar, o mundo, em prosa e verso.

E os olhares deslizaram em rapel,

E as mãos fizeram as pazes com as penas,

E os poetas, se ajuntaram, em centenas,

A riscar os seus poemas no papel.