Carvão com Champignon

O pó encravado em suas mãos

O lixo da miséria surreal

Salvador Dali grita por perdão

O fogo não tem fim

Noite e dia, noite e dia...

O pensamento sabe torturar

Vivemos de ilusões

O copo às vezes nos veste de lembranças

Sob um teto de luxuria e podridão

Algo passou tão derrepente

Uma imagem decadente

Escorrendo levemente, o suor.

Contornando a pele enfraquecida.

A fornalha é muito quente

Na praça mendigos sem destinos

Conformados com o descaso dos olhares

Comem um prato de Carvão com Champignon

17/02/1998.

Berts
Enviado por Berts em 09/07/2006
Código do texto: T190806