Carvão com Champignon
O pó encravado em suas mãos
O lixo da miséria surreal
Salvador Dali grita por perdão
O fogo não tem fim
Noite e dia, noite e dia...
O pensamento sabe torturar
Vivemos de ilusões
O copo às vezes nos veste de lembranças
Sob um teto de luxuria e podridão
Algo passou tão derrepente
Uma imagem decadente
Escorrendo levemente, o suor.
Contornando a pele enfraquecida.
A fornalha é muito quente
Na praça mendigos sem destinos
Conformados com o descaso dos olhares
Comem um prato de Carvão com Champignon
17/02/1998.