Solidão

A solidão, nefasta.

Como as vinhetas de minha personalidade

Faz-me à engolir abruptamente

Escolhe. Esta maldita, dentre tantos lugares.

Fazer sua moradia em minha alma

Eu que tantas vezes já tentei despeja-la

Conformo-me, agora, com o buraco vazio.

Que esta, deixa em minha alma.

Eu que já lutei, até mais que Napoleão.

Contra a solidão, esta fera ferina.

Perco as forças...

E desisto com orgulho

Solto as cordas, que ainda, me seguravam.

E desço, ao abismo profundo da existência.

Crio em meio aos distúrbios causados por ela

Legiões de seres esquizofrênicos

Que sem nem mesmo um simples gesto

Desaparecem, ao meu ver, como todos

E aparecem nas horas mais inoportunas

Solidão, que anseio e enojo.

Deixa como velhos canhões

Cinzas... em meu coração

Ao mesmo tempo em que explode

Na noite triste

Na noite triste

Pequenas distorções invadem nossos corações

Vidas passadas

Momentos vividos

Sentimentos deixados para traz

Viver...

E agora?

Só lembranças

Afaga em certos momentos

Muitos e muitos amores

Eu...

Sempre parado esperando...

Afasta-se

Chega perto

Em fim...

Mas nunca some

Cada amor...

Um pedaço de vida

Cada vida...

Um pedaço de amor

Em suma dói

Ter deixado para traz

Todos esses amores

Nenhuma palavra, só o silêncio.

Só o silêncio é tão triste como a noite

Pois nele contém todas as informações

Como a noite...

Também todos os amores, desamores e lembranças.

Ton Dourado
Enviado por Ton Dourado em 13/07/2006
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