NOVELA
 
Desembaraço
o fio do novelo.
 
Apago o pavio...
 
Faço letras na pedra fria
novelas e lágrimas
degelo e poesia.
 
Apago o pavio do tempo...
 
Desfaço o laço que o tempo desfia
 velas já foram usadas
pra iluminar ousadia.
 
Apago o pavio do dragão que a espia...
 
O espelho é meu cúmplice
enredo de novela
página de livro
vão de janela.
 
Minha indolência
é a exposição.
A mídia das minhas palavras
é a criação.
 
É na vertigem dos mortos
que busco minha fama em vida
desato o nó dos corruptos
pondo a boca na ferida.
 
Não suporto o atraso
não existe o acaso
 
Moléculas atraem moléculas
pela eternidade...
A transparência é a verdade.
 
 
Meus fragmentos
não são momentos.
 
Sou a obra inteira!
 
 Meus sentimentos
não são pinturas,
“natureza-morta”.
 
Sou a senda que atravessa a porta.
 
Desembaraço
o laço e a lenda.
Não sou a falha que soltou o fio do anzol.
 
Esta é a última chance
de salvar os peixes
respeitar o planeta
voltar de mãos vazias
andar descalço ao encalço do sol.
 
Posso te revelar o final?
 
Quer enxergar o outro lado do muro?
 
Apago o pavio do futuro...

Fim!

 
 
 
 
wildon
06/12/2009