Gótico

Gótico

Ouço o barulho do vento e o silêncio

que amedronta.

Assombra a ação, eu tento vê-la no

que a morte me apronta.

Negra noite de mistério, frio é o

vento do quieto cemitério.

Sobem e no fundo uma fumaça com

outros olhos, fico sério.

São os cultos das almas sem calma,

todas "apavorosas".

Visto negro, gótico de uma tribo bem

urbana.

Curto a poesia negra pra fugir da negra

vida igual dos meus semelhantes.

Mas a noite continua e nossa reunião

é fria e morta.

A porta da minha luz é escura, mas a

escuridão também é divina.

Beijo a menina de vestido negro do

século passado.

Realizo-me sendo vivo mortificado.

O NOVO POETA. (W.Marques).