Acordei sentindo o  barulho da  chuva
Tão  forte que parecia rasgar as folhas dos coqueiros
Um  barulho estranho...
Levantei da cama  e  abri a porta
Um  vento  forte levantou a camisola
Um calafrio...
No  céu umas  nuances de fogo...
Senti areia  nos   meus pés, vindas da beira da  praia
Elas  pinicavam...subiam pelas  pernas
Segui devagar para a praia
Ao mesmo tempo sentia o  céu  mudando de  cor
Olhei  pra cima... um susto...delírio...
Descansei os  olhos  e voltei a olhar
Eram Luas
Várias  Luas... contei sete,  sete Luas,  brancas, prateadas,  alaranjadas...
Elas giravam no céu
Um ar tenebroso
Coração acelerado
Um grito  preso...
Ventos  assombrados
Tentei voltar...corria, mas não saía do  lugar
A terra rachava aos   meus pés
Abrindo, tentando   me engolir
Estava completamente presa em céu aberto
As Luas giravam rápido
Queria meus filhos,  tinha que vê-los
O chão  os engoliriam
Por que os deixei sozinhos?
As  lágrimas  rolavam
Era o meu fim?
O que àquelas Luas queriam de   mim?
Presa, sozinha e amargurada
Completamente entregue a  esta louca madrugada
Pensei em tudo que ainda não  havia realizado
Avistando um destino incerto
Havia tanto  no caminho a ser  descoberto
Agora  estava ali
Completamente presa na liberdade de não ir
Um vento forte
Um estrondo
Meu corpo foi ao  chão
A força das Luas me derrubaram
Fui sugada por um clarão!
Um toque
Alguém me chamava
Virei chorando e assustada
Era meu filho que me acordava
D'um sonho louco
Seu amor   me tirava
O dia estava lindo
No céu  azul  o sol brilhava
E o barco da  foto  que  tirei
No mesmo canto me observava
Mas olhando  ao  seu redor
Sete pequenas ondas o cercavam...

(Taciana Valença)

Foto: Taci
Japaratinga AL
TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 30/01/2010
Código do texto: T2059070
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.