Oólito (“Quase” um grão de areia)

Aos poucos os sentimentos chegam

Pensamentos aglutinados em série

Lembranças desgastadas pelo tempo

Formam meu mundo, meu mistério

Na agitação das horas e dos dias

No compasso de tanta agonia

Chegam coisas que se instalam

Aderindo ao meu corpo pequeno

Impregna meu espaço sereno

Me deixando mais dura, mais real

Palpável vou aparecendo

Letamente me modificando

Ao suave toque de quem passa

Entorpecida pelo balanço

Da águas revoltas e cristalinas

Me deixo levar e me envolvo

Até desaparecer em outra onda.

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 08/02/2010
Reeditado em 08/02/2010
Código do texto: T2075739