Vento forte...

Adormecidos versos... Presos na garganta...
Saltem aos olhos... Imploro-vos... Digais a mim qual o começo, meio ou fim.
Sabor de menta... Mente... Vagar pelas coníferas linhas finas de um dia... Pelas alças que prendem o cio.
Que venha o vento a lambuzar os ciprestes em ordem alfabética... Vergueiam-se ao lamber o chão... Adornam a flor, em seu ninho de folhas... À luz da Lua, contemplar as pétalas.
Mapeei o meu destino... Falho... Fato... Fadigado músculo cardíaco...
Ainda que a mina d'água fique ao longínquo solo... Ainda assim, os versos ainda chegam... Lentos, quando as lâminas do tempo cortarem meus calcanhares...
Brisa breve... Passarinho... Pássaro no ninho...
Sinto o gosto da ágata que te norteia a boca... Dos rastros da ponte... Do enrolar os nós.
Bebo  o espetáculo da vida... Quando ouço o meu peito...
Âmago envolto em lenços vermelhos... Página revirada de um dia...
Que sejam os versos precursores do acordar em tuas mãos...
Vira lento sob meus olhos... O vasto campo que já é meu.


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