Olhos desertos...

Troquei as bolas

Mirei em suas mil histórias

Que contavas rindo em minhas madrugadas

Passaram pelas frestas da janelas

Seus fantasmas que olhavam incrédulos

Deus! Então a criatura que não veste branco

E tem olhar de rio que persegue o mar

Atina com esse velho e manso lobo

Cujo uivo conta só o que a mente dá?

Pasmem céus e terras que essa vida ajunta

Não é que a pobre manca das idéias tortas

jÁ já se fará morta das idéias fixas

E jazendo à terra virará semente de enganos

E parasitas das memórias fartas de enredados planos

Sem pontos sem vírgulas faz-se enfim a sina

de crer no que cantam lábios mortos

E mesmo depois dos despojos feitos

luares brilham para olhos desertos...