A Mascara
FOI NO Carnaval Passado
QUE FIZ MEU Laboratório,
Trajei DE HOMEM SIMPLORIO
E FUI PRAS Ruas Mascarado
TOMEI DOSES DE Aguardente
Senti na pele o que sente
O pobre que A vida encara
II
Num comercio bem bacana
De frutas e cerais
Com gestos bem cordiais
Pedi ao dono uma banana
Ao sentir o cheiro de cana
Disse
Não rapidamente
e já meio impaciente.
Disse que a fruta ele comprara.
Com a mascara na cara
Vi a mascara desta gente.
II I
Pelas ruas da cidade
Eu segui o meu trajeto,
bem sereno bem discreto,
Implorando caridade.
Percebi que A sociedade
Se comporta diferente
Quando vê um indigente
Quer logo descer-lhe A vara. Com A mascara na cara
Vi A mascara desta gente
IV
Mesmo sem está mal trajado
Fui chamado de imundo,
Tachado de vagabundo
E bebum do pé inchado
Parecia que eu o culpado
Desse mundo está doente
Eu , eu , ali na frente
Com minha pinga sapupara.
Com A mascara na cara
Vi A mascara dessa gente
V
Um político Amigo meu
Chegou A tratar-me mal.
Não sabia que o marginal
Que lhe pedia era eu.
Disse-me o fariseu
Com ares de prepotente :
Saia já da minha frente,
Seu mendigo pau de Arara.
Com A mascara na cara
Vi a mascara dessa gente
VI
Vi que A máscara que usei
Objeto desta história.
era feia mais provisória,
Diferente das que olhei.
O tipo que Avistei,
São daquelas permanente,
Que não sai mais do cliente
Nem com fogo de coivara.
Com A mascara na cara,
Vi A mascara dessa gente.