Na Noite

Enfim o arrebol, seu rubor harmônico

A chuva passou, após tantos anos

Por fim, um bilhete de adeus lacônico

Cruzei portões fechados, arcanos

No bosque, o rouxinol tão tristonho

Mas na noite segui o som do piano

Fugitivo confesso, não m’envergonho

O sono de pedra seria sim, leviano

Na praça, eis que o sino bate

E nada há senão a lembrança

Os hermeneutas e o último debate

Riqueza da qual não há herança

Logo amanhece e o tempo s’esgota

Corro como rio, procurando o mar

Vejo o rio de luz, onde nada se nota

Vou para casa, sei que rumo tomar.

Alhosal
Enviado por Alhosal em 13/04/2010
Código do texto: T2194423
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