Elvira, a louca

Ultraje!! Os baldes!!

(gritava Elvira)

caem sem qualquer demora!!!

E brincava Elvira no meio dos lilases

e não se aborrecia azul qualquer que fosse o dia

Então revia a água que caía

nas mãos dadas sem se por a par

Gritava Elvira:

Goma de mascar!

Barra de chocolate!!

Leite

veneno e ácido!!!

Chovendo como chove as luas logo cairão para ficarem todas nos lagos

pântanos e, Deus, para ficarem nos meus lábios!

Elvira, a louca

se perdendo em nuvens

Elvira nuvens

constelando-se em chuva

gota à gota

nos seus baldes

gotejando

E pensava Elvira:

A cura para as curvas chuvas

as várias verdades inda verdes

caindo no chão de cara lavada

a cara branca e tonta

Ora, bolas!!! nas cartolas e carteiras tristes!!!

Márcio Barreto
Enviado por Márcio Barreto em 18/08/2006
Código do texto: T219622