Paralelo sentir

Se em mim teu fogo ainda arde

Queima a última chama que teima em ainda ser

Contudo a entrega no febril desejo

É homérico em meu corpo o insano prazer

Descreve assim o poeta maior

Em seus livros ainda não editados

Que esses amantes efêmeros e sem freio

Anunciam um amor ridiculamente banal

Deita contornos inconfundíveis

Onde o todo se confunde com o nada

Em braços transitórios da palavra

No reverso inverso da vontade oculta

E de tanto querer se enforca o ócio

De alguma noite insone e sem céu

Em que eles realmente se encontrarão

Ana Maria de Moraes Carvalho
Enviado por Ana Maria de Moraes Carvalho em 05/05/2010
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