A PEQUENA ESTÁTUA

Boneca de porcelana lança sua

sombra no intervalo das paredes

e sua figura se agiganta quanto

mais lhe dá a claridade do sol.

Ali parada assume posição hierática

ante todos os pormenores de todos

os outros objectos, dispostos pela

galeria da casa maravilhosa.

Abajures assemelham-se a passados

que não voltam mais e cobrem os

livros na sua ténue luz, quase

romântica, quase impar no discorrer.

As janelas estão semi cerradas prá rua

e vem até nós a doce fragrância dos

Nardos e Sândalos que abundam nas

traseiras da casa desconhecida.

Escrevo este poema à média luz

aquela pequena estátua que a sombra

nivela por baixo até alcançar outro

patamar, subindo pelas escadas.

E na antiga galeria máscaras grosseiras

e provocadoras têm pregos na parede

enquanto isso todos dormem

na casa que poucos visitaram até agora.

Jorge Humberto

02/06/10

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 03/06/2010
Código do texto: T2297265
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.