Saída à francesa.

O Verão evadiu-se à francesa; arrastou consigo seu cabedal de ilusões.

No campo de guerra, cadáveres perfilhados, olhares sem vida fixos no Azul;

Alice cantou maravilhas, Sancho sonhou sua ilha morena nos mares do Atlântico Sul.

Há sangue de toureiro derramado na arena: a multidão aplaca o ódio de seus corações.

Teu rosto desfaz-se em pedacinhos de papel; já não mais resta o gosto dos beijos de outrora.

Na missa de sétimo dia as promessas foram saldadas; lágrimas secas apagaram as tuas marcas.

Ao longe, o repicar do sino clama por dívidas não pagas: a Santa esqueceu-se de calçar alpercatas.

Um brinde a morte do Sol: O assassino se oculta na Noite – o poeta, sem versos, foi posto prá fora.

Bem pior do que uma discussão travada em altos brados é um muro de silêncio erguido entre duas pessoas que se amam. O melhor a fazer, em casos assim, é deixar que este tipo de muro se dissolva por si mesmo, trazendo de volta o diálogo, base de qualquer relação afetiva entre seres humanos.

São José dos Campos, tarde de Sexta-Feira Junho de 2010.

João Bosco

Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 04/06/2010
Reeditado em 04/06/2010
Código do texto: T2299498
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