CHAGAS [ManoelSerrão]

CHAGAS

Ó chagas essas, tão eternas.

Despertai-me os vazios.

Perdoai-me os fieis.

Libertai-me os cativos.

Ó chagas essas, tão eternas.

Curai-me os inculpados

Embalai-me os incriados.

Desfralda-me nos estendais do solário o branco enxágüe das minhas verdades derradeiras

Ó catarse!

Se tudo o que ris de mim e do erro sorri é o que fazes?

Porque choras a dor do vosso lastimoso pranto?

Ó cães!

Se tudo o que ris de mim e do modus sorri é o que sabes?

Porque choras o ébrio que vos abate o Ebro desencanto?

Ó chagas essas, tão eternas.

Não os deis a saberem do sol que não há.

Não os deis a saberem! Não os dei a luz! Não os dei!

Hás-me de ser – de o mau, e o mal ser belo o bom não saber?

Hás-me de ser - de o bem, e o mal me quer ser o bem querer?

Ó deu-mas nas águas ondulantes de Tessália

Uma profecia anunciada:

Ó que doravante chagas essas, tão curadas.

serraomanoel
Enviado por serraomanoel em 12/07/2010
Código do texto: T2373917
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