O urubu.
O URUBU.
Dessa janela e sem tu.
A alma em Tambaú.
Numa lufada de ar quente.
Um urubu segue em frente.
Planando tão soberano.
Como um aeroplano.
Um rei ou uma rainha.
Sob o sol ou da lua.
Sarcoramphus papa corpos.
Da família Cartmtidae.
De Zona tão tropicais.
Ou semi tão tropicais.
No México ou na Argentina.
De caça tão proibida.
O podre todo elimina.
Nosso ambiente higieniza.
Urubu papa doenças.
Elimina epidemias.
De seus mortos agonizantes.
Pelas noites pelos dias.
Pelado, da cabeça ao pescoço.
Tão vermelho alaranjado.
Claro-amarelo na parte superior.
Asas, caudas negras; um temor.
Sua plumagem escura.
Dois metros de envergadura.
São quatro quilos a plainar.
E mais pesado que o ar.
Sem predador natural.
Um caso raro nos céus.
Farejador incansável.
De uma carcaça ao léu.
Urubatinga, Urubu branco.
Urububixá, Imburubixá.
Corvo branco, Urubu real.
Sob a chuva sob o sol.
Cabeça de bico forte.
Pode rasgar um cavalo.
Amigo só de necrogafos.
Alimento podre e farto.
O rei come primeiro.
Outros esperam a sobra.
E mui respeitosamente.
Deixa-lhes a densa carcaça.
Feliz e já saciado.
E no cumprir do dever.
Volta ao ninho tão raro.
Que o bicho homem não vê.
...Dessa janela sem tu.
Olhando o voô urubu,
O canto do passarinho.
me torna urubuzinho...