ELA

Era alma antiga, ela sabia.

Cronos fixou seu tempo

Ela bem pressentia,

E isso não lhe apetecia!

Às vezes chorava...

Mas era pura sua alegria!

Ela firme caminhava...

Não olhava para trás.

Tinha muita fome de vida!

E quando o vento a açoitava

Às vezes chorava...

Mas erguia sua cabeça e dançava...

Sim!!! Ela apenas dançava...

E nas manhãs de Sol cantava

Versos tecidos dos seus sonhos.

Com os desígnios dos céus brincava...

Talvez por isso lhe sobreviesse o caos.

Às vezes chorava...

Mas só tinha o instante vivido,

E nada trazia consigo...

Leve, sobretudo seguira amando!

Atemporal, foi menina...

Mãe de todas as crianças, mulher...

A amiga mais leal... Constância!

Irmã de todos os seres, Natureza

Selvagem sim, mas sem violência!

Foi doce, suave, delicada

Quantos reis a mataram

Por não ser subserviente.

Às vezes chorava...

Mas renascia plena

E amava, ela amava servir

Ver as crianças a sorrir...

E tinha tanta fome de vida...

Mas o que é carne fenece.

Ela ainda continua a escrever poemas

Seus olhos ainda vêem o verde do mar

E seus versos brotam como água pura.

Às vezes ela chora...

Mas agora ela está se esquecendo...

Lentamente... De tudo...

Até que um dia, não haverá mais nada.

Zeni Bannitz
Enviado por Zeni Bannitz em 12/09/2010
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