ELA
Era alma antiga, ela sabia.
Cronos fixou seu tempo
Ela bem pressentia,
E isso não lhe apetecia!
Às vezes chorava...
Mas era pura sua alegria!
Ela firme caminhava...
Não olhava para trás.
Tinha muita fome de vida!
E quando o vento a açoitava
Às vezes chorava...
Mas erguia sua cabeça e dançava...
Sim!!! Ela apenas dançava...
E nas manhãs de Sol cantava
Versos tecidos dos seus sonhos.
Com os desígnios dos céus brincava...
Talvez por isso lhe sobreviesse o caos.
Às vezes chorava...
Mas só tinha o instante vivido,
E nada trazia consigo...
Leve, sobretudo seguira amando!
Atemporal, foi menina...
Mãe de todas as crianças, mulher...
A amiga mais leal... Constância!
Irmã de todos os seres, Natureza
Selvagem sim, mas sem violência!
Foi doce, suave, delicada
Quantos reis a mataram
Por não ser subserviente.
Às vezes chorava...
Mas renascia plena
E amava, ela amava servir
Ver as crianças a sorrir...
E tinha tanta fome de vida...
Mas o que é carne fenece.
Ela ainda continua a escrever poemas
Seus olhos ainda vêem o verde do mar
E seus versos brotam como água pura.
Às vezes ela chora...
Mas agora ela está se esquecendo...
Lentamente... De tudo...
Até que um dia, não haverá mais nada.