Intrépido Vento Noroeste

Vens assim de repente

Qual vento noroeste

Devasta árvores e postes

Parece aviso da morte

Que tudo desarruma e desveste,

mormaço quente, passional,

precedendo temporal...

Fico em baixo astral

Pleno estado infernal

Redemoinho de efeitos

arrombando janelas,

varando por elas

como um vendaval...

Pouco a pouco

Em gritos roucos

Amei como louco

Vens feito ciclone

desrespeitando espaços

desfazendo laços

varrendo ilusões...

Ah! Esse teu corpo...

Teu jeito tão solto

Cabelos revoltos

Um festival de arroubos,

de impetuosidade rompante

nesse teu ar petulante...

No ar selvagem

Bela como miragem

É minha utopia

Em noites vadias

Meu vício...

Desde o início

És o dono da situação,

desnudas os sentimentos,

roubas os melhores momentos,

deixas marcas da paixão...

Fiquei dependente

Na alma e na mente

No sentimento

E te procuro

No claro

E no escuro

E vais assim como vens,

devastando os lugares

nublando céus

agitando mares

causando desolação...

No sol e na chuva

No mar que chama

De noite na cama

No azul do céu

No branco da nuvem

No arco íris

Fruto da adversidade,

senhor da insensibilidade,

devorador de emoções.

Na ave que voa

Flor que desabrocha

Na canção que entoas

Teu vulto assombra

Tristeza medonha

Tenebrosas façanhas

Tua face coberta

Pelo véu da vergonha

Só a poesia...

Romperá esta agonia.

Duo: Carmen Lúcia e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 12/09/2010
Código do texto: T2493719