Blues, whisky e poesia nas noites quentes de Havana

As horas passam lentas nas noites quentes de Havana

O quarto quase vazio sob a luz da lua e do pequeno abajur

Meus dedos percorrem o teclado procurando inspiração

Blues, whisky e poesia

O suor salgado começa a escorregar da minha nuca

Odor de incenso de mel mesclado ao meu cheiro de rosas

Albert King abafado pelos latidos dos cães na rua vazia

Blues, whisky e poesia

Abro bem as cortinas e encosto no parapeito

Uma viagem ao tempo entre casas coloniais e cadillacs

Um casal bêbado percorre a calçada dançando uma salsa imaginária

Blues, whisky e poesia

Sou beijada pelas noites quentes de Havana

O hálito da noite provoca um torpor,

Com um leve odor de charuto cubano e mojito

Blues, whisky e poesia

O negro da noite toca minha pele branca e enxuga o meu suor

Sopra ao pé do ouvido segredos raros de La Habana Vieja

Solta meus cabelos de sol e beija a minha boca pequena

Blues, whisky e poesia

Danço para a lua, com a boca molhada de whisky

Não estou mais sozinha na noite vazia

A poesia está ali, solta, percorrendo o quarto colonial

Blues, whisky e poesia

Ela fala de paixão, odores, sabores e canções

Os segredos raros de La Habana Vieja

Casais embriagados de poesia nas noites quentes de Havana

Blues, whisky e poesia

Lu Portaux
Enviado por Lu Portaux em 09/11/2010
Código do texto: T2606298
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