Velho como nós

Quando mui jovem ainda a humanidade

Vindos do leste os trovões reboavam

E ao fim da tarde chegou a tempestade

E das estrelas os deuses que voavam

A consciência nascida dançava e sorria

Ao demiurgo pouco havia, quase nada

O mensageiro dos deuses à noite corria

A alma ainda não fora traída condenada

Da bela floresta sopravam os sussurros

E os arqueiros nas sombras esperavam

Apesar do semblante dos troncos casmurros

A cantar belos hinos, dríades esmeravam

Nos Hiperbóreos, extinguiram-se os gigantes

Por dédalos antigos passaram as pegadas

E o mar cobriu onde havia terra dantes

Suas façanhas, foram às lendas relegadas

Da marcha mítica à real batalha

Inexorável é o caminho à maturidade

Mesmo que urdido o destino à malha

Penso quão jovem era aquela humanidade

Alhosal
Enviado por Alhosal em 11/11/2010
Código do texto: T2608733
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