VOLTAR

Não!

Não mais.

Nunca jamais!

Voltar

O tempo - pretérito perfeito imperfeito mais que [im]perfeito - não volta

A carne A matéria

Tudo aquilo que é solido não resiste

Só o pensamento resiste

...A lembrança

As mãis reconditas reminiscênccias

Subsistem até o "finalmente fim"

Não quero voltar

Nem em pensamento

O tempo-vida perdoa

Mas a memória, não

a memória morre ressentida

O juiz memória

Inflexível

Irreversível memória-tempo

Ávida por condenação

O sofrimento a satisfaz

Como ao morcego o sangue, ferve

A memória contra a vida

A memória homicida

O prazer na memória é saudade

A saudade na memória é dor

A dor, desespero, contrição

a memória é o castigo,

Para hoje e amanhã, de ontem

A consciência rechaçada: é o mal

Não volto

Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira
Enviado por Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira em 23/11/2010
Código do texto: T2632182
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