SALVAÇÃO EM DELÍRIO

Solto os meus sons quando sou cruelmente perseguido,

Deixo para trás essa epiderme humana que me revestia...

Sou parte praga e parte Deus, no lamento e luz que via,

Mesmo que a morrer em carma eu te curo o mal sofrido.

E algo que esteja a purificar-me em bálsamos de vidros escuros,

Repelirá essa vermelha cruz dos ódios, que percorreste em vida,

Será como o sangue a dar-lhe uma nova roupagem em outro ser.

Quando os lados mutantes em metade de ti forem todos impuros,

Renascerá a aberração da existência, que por você foi escolhida;

Então eu me matarei enfim, nessa imagem que tanto tu vês sofrer.

Livro-me das marcas de chagas pelo meu corpo assinalado de inscrições,

Umas falavam sobre a coragem e muitas justiças de um guerreiro santo...

Outras mencionavam a morte, que ainda caminha derramando maldições;

Em nova pele fico a ler-me em fatais presságios deste agourado manto.

Setedados
Enviado por Setedados em 13/12/2010
Reeditado em 20/12/2010
Código do texto: T2669189
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