coração rebelde

Queria o braço tatuado de um gigante

Apenas para lhe alcançar

E a voz do deus trovão

Para ecoar em todos os vales

A paixão infernal que sinto

A mente mente

Encobre a meia verdade

Altiplanos maias

Cidades que iludem a vista

Linhas que seguem o absinto

Sobre o passo do besouro

O esforço do laço da escuridão

Rastro que ficou plantado

Num hieróglifo do antigo Egito

O espanta gato numa parede

Na rua alfaltada de Taboão da Serra

Ecoa a sola de couro do sapato

Para conversar com espiritos

É preciso soprar no vento

Com o fio do telefone no pescoço

Um maribondo faz casa no alpendre

O mundo a sua volta

Sem inimigos a vista

Morto corpo gordo

Barcos procurando oceano

Escrevo na ponta da agulha

Procuro palavras-plantas

No livro da imaginação

O amor desprende o sangue

Coisas que não posso dizer

carlos assis
Enviado por carlos assis em 02/01/2011
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