Abstração concreta

A pluma plana sem vida na vitalidade do vento sem corpo.

A morte hora captura a vida, hora é perseguida por ela.

As teias invisíveis da abstração dominam os que a conhecem, assim como senhoreiam os instintos que subordinam os brutos.

Quantas vidas são desperdiçadas, impulsionadas por forças que não possuem vida.

Quando o vento parar de soprar, a gravidade se encarregará de colocar no chão, os pés daqueles que até então utilizavam o leme dos outros.

As emoções podem me tornar ancião ou preconizar meu epílogo.

Moléstias degenerativas germinam nas emoções que lanham.

Muitos sofrimentos se fecundam na inaptidão em usar o conta-gotas.

Quando eu compreender melhor os fios invisíveis que influenciam minha vontade, compreenderei melhor o porquê da incompreensão desse complexo sistema sem vida, que comanda o ser animado.

Quando as ondas mentais forem codificadas, como o é o código Morse, a humanidade conviverá com mais naturalidade com as insanidades, com os absurdos que não se concretizam.

O pato selvagem despenca desfalcando a revoada depois de alvejado por algo concreto e desprende plumas que planam sem vida na vitalidade do vento sem corpo.

Muita paz e luz.