Entardecer na cidade
O povo passava
(...)passava pra lá sem se olhar
tudo continuava no mais absoluto silêncio
à espera de alguém
que poderia ter asas profundas.
Alguns passavam com passos firmes seguindo sem rumo,
Outros os arrastando
também havia quem corria.
mas,
Sempre uns pra lá,
outros pra cá rapidamente.
Sempre percebendo certa agitação em cada passada.
Olhares firmes
mas,
bem distantes da paralela seguida pela circunferência da vida.
Outros passavam marchando
Como se estivessem indo mesmo pra guerra.
Uns muito bem trajados, despidos
outros sujos e rasgados até a alma.
Crianças chorando sem mães,
caídas pelo chão.
Ali mesmo sabendo doar sem reservas
tentando compartilhar mesmo que fosse um espelho brilhante
alucinado de olhar num espaço que não o seu
cujas imagens havia um mistério.
Já não havia mais chão.
Só a imaginação se propagando no mistério claro do entardecer.
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