Perdições

Perdemo-nos

Todos nos perdemos

Entre regras, suspeitas, erros, desacertos

Cognições incógnitas e incognitivas.

Os que nos conduziam

Perderam-se bem antes de nós

Escondiam

Suportando um sistema irreconhecível

Necessitado de muletas

Sabíamos, mas fingíamos desconhecer

O conhecido.

Alguns mais audazes

Propuseram questões atrozes

Mestre, isso não está correto

Para perder suas ancoras

À resposta insana

Quando se pedia mudanças no esquema.

Outros, muitos de nós,

Baixávamos nossas orelhas

Engolíamos seco, a pulso

E vendíamo-nos

Em nome de papeis, comendas, títulos

Ilusões a se formar em pó.

Amamos ao olhar no olho

tão insano quanto o nosso

de nosso parceiro de travesseiro?

Amamos ao enfrentar o riso

tão sano quanto não aí, não há

de nosso filho que melhor seria não ter sido parido?

Quanto amamos de nossos mestres

E quanto nos transformamos neles

E quanto deixamos de ser nós?

Não é u'a bandeira verde

Com salpicos de amarelo e azul

Não é

Mas é a faixa, amarelada

Dizendo assim

Vergonha

Cobardia

Agonia.

LLima

Luciene Lima
Enviado por Luciene Lima em 04/11/2006
Código do texto: T282352