Fantasmas perfeitos
Rompe-se o silêncio dos fantasmas perfeitos,
o artista da fome é aplaudido com calmo sadismo
Escorrega a face estreita sem vacilar
Nos esconderijos do céu cinzento,
repousa a insanidade de Baco
A chuva gelada castiga, derrete
O olhar, a retina, seus trejeitos
Brota de sua pele a doçura da alma
É preciso enxergar na tua humilde nobreza o poder de se enxergar
Carinho, palavras desenhadas, afeto de cimento
Recordações empilhadas num esquecido saco
Sonhos demasiadamente espaciais, no abismo de charrete