Teatro moribundo

Corre em chamas o espírito brincalhão

O quadro negro jorra prisão

Tritura o pó da maquiagem

Extensas veredas coloridas

Meros robôs sincronizados

Frutos bastardos, infortúnios de uma dominação autoritária

Espalha-se a coreografia de um teatro moribundo

São acomodados como uma desagradável âncora enferrujada

Bem vindo à fábrica de desejos,

não se intimide com meus gracejos

Massa encurralada aos mimos enlatados,

ao terror ignorado de submissão passiva

Falsa solução da mesma repetição

Carmas escorraçados na mesma direção

Expressão retorcida da ferida hemofílica

Na nevralgia das mãos sujas,

ficam nuas as vertentes ardilosas

Rouco, cansado, retorcido, exprimido

Enovelada cortina de fumaça inebriante

Delírio contrastado, enfeitado

Carências subjetivas de quem não deseja servir

Baco Trôpi Renton
Enviado por Baco Trôpi Renton em 06/03/2011
Reeditado em 06/08/2013
Código do texto: T2831219
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