Teatro moribundo
Corre em chamas o espírito brincalhão
O quadro negro jorra prisão
Tritura o pó da maquiagem
Extensas veredas coloridas
Meros robôs sincronizados
Frutos bastardos, infortúnios de uma dominação autoritária
Espalha-se a coreografia de um teatro moribundo
São acomodados como uma desagradável âncora enferrujada
Bem vindo à fábrica de desejos,
não se intimide com meus gracejos
Massa encurralada aos mimos enlatados,
ao terror ignorado de submissão passiva
Falsa solução da mesma repetição
Carmas escorraçados na mesma direção
Expressão retorcida da ferida hemofílica
Na nevralgia das mãos sujas,
ficam nuas as vertentes ardilosas
Rouco, cansado, retorcido, exprimido
Enovelada cortina de fumaça inebriante
Delírio contrastado, enfeitado
Carências subjetivas de quem não deseja servir