Na respiração do beijo

CIDADE INVISÍVEL

Meu amor anda solto

E também provável

Tem sabor de cidade

(.....)Imerso

(.....)Imenso

Meu amor é criança num sonho imenso

Feito de gestos e movimentos.

Um amor que brinca na ladeira espiando

espantos

Estranhos pensamentos.

Farejando brisas.

Transando beijos

Outros seres

além

dos olhos do sol

Franzindo a testa

rompendo caminhos

Polindo a dor

Consagrando apenas por estar vivo.

Nossos erros serão motivos suficientes (...)

Nossos motivos são bastante para toda

lágrima sair faísca.

Apenas estar vivo não é milagre,

Mesmo que a metafísica duplique essa memória

Outra pessoa

E alguém que nos transe um beijo.

Que a química alucina

põe direção

vence

molha

Acende as artérias num tráfego intenso

Numa voz rouca

lenta

Mirando a imagem

Deste querer consagrado.

Numa cidade invisível ser pássaro

onde não há nenhum.

Ser onde

Onde não há ninguém.

Assim o quebra cabeça celebra processando pensamentos.

Numa cidade imaginária na gravitação onde não havia ninguém

Somente o volume do meu movimento

Numa espessura invisível

Onde não havia respiração.

Uma cidade invisível.

MARIA DE FÁTIMA BORGES MAGALHÃES
Enviado por MARIA DE FÁTIMA BORGES MAGALHÃES em 10/11/2006
Reeditado em 03/05/2009
Código do texto: T287902