DIVA MANHÃ

Aquela bela escultura das manhãs

De luzídia pele rija que prateja

As manhãs vivazes de rubras romãs

De tão bela, de lábios de cereja.

E a senhora da luz da aurora

Que de sua exsudação sedutora

Reflete pilastra, rútilos braços a fora,

Do doce sorriso da manhã encantadora.

Mais prende olhar, mais prende a visão,

A tua presença matinal, diva graciosa!

Que traz ledice aos deuses do panteão

Andando na definição mais gostosa.

Quando chega o sol, ela serpenteia,

Com o seu caminhar nos sulcos estelares,

De lúbrico porte altivo que fogo ateia,

Faz os desvalidos esquecer seus pesares.

E aquela escultura marmórea polida,

Que tem cheiro de um jardim de dafnes,

Tem sorriso, simpatia e muita vida,

Um rosto liso e desprovido d`acnes.

Vejo em meio o alvoroço da rotina

Que a manhã contente passeia entre nós,

Os encantos mil da sua flor divina

Faz desalento ,o dia, quando nos deixa sós.

Vai tecendo músculos, vai tecendo,

Por baixo dessa concupiscente escultura

De alabastrina testura, que tangendo,

Faz alma sonhar vida futura.

E vai o ser mortal deslumbrar os sonhos

Da arte celeste que esculpiu a manhã

Para esquecermos dos mundos medonhos,

E termos uma linda aurora anfitriã.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 15/04/2011
Reeditado em 15/04/2011
Código do texto: T2910625
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