TEMPERATURA AMENA
E neste dia quente frio
Quando sopra a brisa
No rosto forte esguio
Um sopro que alisa.
Um sol que a pele cora,
Um vento fustigante,
De longe alguém chora
Chora por seu amante.
O longe perto fica
Se olhar de dentro
Da névoa fria e rica
Que adeja pelo centro.
O amor, a borboleta,
A ermo voleja a abelha,
No quintal a violeta
Murmurejos me aconselha.
Pairam os dias santos
Na abstenção da levedura
Os dias de muitos prantos
Nos tempos da escravatura.
Hoje, sim, brisa liberdade,
No frescor da viração
No rumor da saudade
Que fragmenta o coração.
E quando avulta a solidão,
Não abraço as suas dunas
Me perco no nada, no vão,
Enleado em suas colunas.
(YEHORAM)