TEMPERATURA AMENA

E neste dia quente frio

Quando sopra a brisa

No rosto forte esguio

Um sopro que alisa.

Um sol que a pele cora,

Um vento fustigante,

De longe alguém chora

Chora por seu amante.

O longe perto fica

Se olhar de dentro

Da névoa fria e rica

Que adeja pelo centro.

O amor, a borboleta,

A ermo voleja a abelha,

No quintal a violeta

Murmurejos me aconselha.

Pairam os dias santos

Na abstenção da levedura

Os dias de muitos prantos

Nos tempos da escravatura.

Hoje, sim, brisa liberdade,

No frescor da viração

No rumor da saudade

Que fragmenta o coração.

E quando avulta a solidão,

Não abraço as suas dunas

Me perco no nada, no vão,

Enleado em suas colunas.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 18/04/2011
Código do texto: T2916344
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.