SONHO COM A NATUREZA
Eu sonho talvez com utopia
Por desejos de só ver o bem
Tenha o homem nada ou ninguém,
Tenha, então, simpatia.
As virgens pastagens, pastam lá,
Os gados que esfomeiam alfombras
No calor do dia descansando às sombras
Antes que toque o berrante sabiá.
Quero ouvir a cachoeira gritar
Em chamados ao mundo, um convite,
Com seus estrondos anunciar
A sua presença posta sem limite.
É meu sonho ver a natureza
Enleada ao homem num dossel
Se fundir em verde, a riqueza,
O maior presente lá do céu.
Ou se o índio de extinção funérea,
Não sumisse deste quadro pitoresco
Mais seria um linda visão etérea
De edênicos lugares e parentesco.
Sonho, talvez, com um devaneio:
As coisas em seus devidos lugares,
Na noite silente apenas o veio
Caçando o seu destino nos mares.
Olhar nas árvores os laivos salientes
Desenhando abstratas figuras
Que os olhos enganam dementes,
Mas lhes falarão com mesuras.
(YEHORAM)